DUAS FORMAS DE AGRICULTURA MUITO DISTINTAS
A diferença entre o nosso azeite e o que é proveniente de agricultura mono-intensiva é bastante grande. As nossas azeitonas são cultivadas de forma biológica e natural, sem qualquer produto químico incluindo pesticidas, herbicidas ou fertilizantes artificiais. Tentamos que a agricultura seja o mais selvagem possível para enriquecer o microbioma do solo, e por consequência, conseguirmos azeitonas muito saborosas. Ao invés disso, num olival mono-intensivo, o conceito de biodiversidade é relegado para segundo plano, e os químicos usados irão danificar todo o microbioma do solo, afectando o sabor e a qualidade nutricional das azeitonas. Outra grande diferença é que a maior parte das nossas Oliveiras são centenárias ( algumas tri-centenárias ) em comparação com as Oliveiras de cultura mono-intensiva que não têm mais de dez anos de idade. Passados esses anos são cortadas para plantar novas porque a partir dessa idade a quantidade de produção diminui consideravelmente. A diferença é que nas Oliveiras centenárias a produção é mais pequena e por isso com muito mais qualidade. O fruto tem propriedades mais concentradas.
Enquanto isso, as Oliveiras jovens possuem quantidades de produção enormes e por isso, com sabor não tão apelativo. Para além disso, no Olival tradicional não se faz rega, enquanto que no mono-intensivo é feita, aumentando desta forma o peso e líquido da azeitona, tornando o seu conteúdo mais diluído. Relativamente à questão da biodiversidade, as nossas Oliveiras estão inseridas em sistemas agroflorestais onde abundam outras árvores tais como Sobreiros, Azinheiras, Amendoeiras, Macieiras, Pereiras e também coberturas de solos de vegetação espontânea. Num sistema mono-intensivo encontramos hectares e hectares de apenas Oliveiras, sendo por isso mesmo um sistema nada sustentável e mais atreito a pragas e doenças. Ao revés, num sistema em que se priveligie a policultura, todo o sistema será mais forte contra estes problemas pois atrai todo o tipo de animais e micróbios, formando uma cadeia alimentar muito mais complexa que num sistema mono-intensivo.
É da nossa intenção sermos o mais transparentes possível com os nossos produtos para que o consumidor possa efectivamente saber que tipo de alimento está a comprar, e que não seja apenas mais uma marca com um rótulo bonito.
por
Tiago Cartageno
Proprietário da Quinta Vila Rachel