JOSÉ JOAQUIM TEIXEIRA LOPES, ESCULTOR E CERAMISTA
por António Teixeira Lopes da Cruz, Proprietário da Quinta Vila Rachel.
data da publicação: 1 de Março de 2022
* Foto de José Gonçalves
As “Alminhas da Ponte” situadas no Cais da Ribeira, no Porto, constituem um marco devocional que recorda o desastre da ponte das barcas, durante a 2ª invasão francesa.
Em 1809, as tropas napoleónicas comandadas pelo marechal Soult entram por Chaves e avançam para o Porto.
em 29 de Março de 1809, entram no Porto, onde se instala um pânico generalizado: as gentes fogem da cavalaria francesa para o rio e, em desordem total, empurram-se e espezinham-se em direcção à instável ponte das barcas, que acaba por colapsar parcialmente, arrastando para as frias águas do douro o grosso da turba descontrolada. A mortandade foi tremenda, estimando-se mais de 3000 vítimas! (1)
Estão classificadas como Imóvel de Interesse Municipal. (2)
* Original em gesso de grandes dimensões (Casa- Museu Teixeira Lopes)
* Bronze instalado na Ribeira do Porto
A ponte das barcas fora projectada pelo Eng.º Carlos Amarante e inaugurada a 15 de agosto de 1806. Era constituída por vinte barcas ligadas por cabos de aço e podia abrir em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial.
* Jung Théodore (1803-1865), aguarela mostrando a ponte das barcas já pejada de gente (3)
* Igreja de S. José das Taipas - representação pictórica do desastre da ponte das barcas (3)
Reconstruída depois da tragédia, a ponte das barcas acabaria por ser substituída definitivamente pela ponte pênsil em 1843. (4)
Em 1897, foram instaladas no muro da Ribeira, próximo do local onde começava a fatídica ponte, as chamadas “Alminhas da ponte”, para assinalar e homenagear as vítimas do terrífico desastre.
Constam dum baixo relevo quadrangular em bronze, da autoria de Teixeira Lopes, que veio substituir um painel pintado aí existente, onde se retrata a invasão da cidade pelas tropas francesas e a população em descontrolada debandada dirigindo-se à ponte das barcas. (2)
As “alminhas” “conjugam o neoclassicismo da representação a uma protecção de ferro, solução que reforça o carácter cenográfico e comemorativo da obra, realizada para ser vista da margem esquerda do Douro, mas também para ser um ponto de referência na zona ribeirinha do Porto”. (2)
A função devocional constata-se no suporte de velas que ladeia o painel central, onde as gentes do bairro da Ribeira se encarregam de homenagear a memória de quantos soçobraram naquele desastre, nele colocando flores e velas acesas. (2)
(1) Arnaldo Gama – “O Sargento-Mor de Villar, Episódios da Invasão dos Francezes em 1809” vol .1, Typographia do Commercio, Porto, 1863, pgs.115, segs.
(2) http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/71533/ página consultada em 5/10/2015
(3) http://doportoenaoso.blogspot.pt/2010/04/os-transportes-maritimos-e-fluviais-6-o.html. / página consultada em 5/10/2015
(4) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_das_Barcas. / página consultada em 5/10/2015