CERAMISTA, ESCULTOR E FUNDADOR DA QUINTA VILA RACHEL
por António Teixeira Lopes da Cruz, Proprietário da Quinta Vila Rachel.
data da publicação: 1 de Março de 2023
Teixeira Lopes dedicou-se à pintura de azulejos sobre os temas mais diversos (paisagens, cenas pastoris, religiosas e mitológicas, reprodução de gravuras rústicas francesas, entre outros). São peças únicas, por vezes datadas e assinadas, geralmente policromáticas, e só são conhecidos exemplares na posse dos actuais herdeiros do escultor e na Casa-Museu Teixeira Lopes:
* Colecção e fotografia do autor (1903)
* Colecção de familiar e fotografia do autor (1908)
São de Teixeira Lopes os grandes e notáveis painéis azulejares historiados que guarnecem as parede interiores da igreja de S. Vicente de Braga, que descrevem episódios da vida de S. Vicente (1) (2), com branco e tonalidades de azul, em que pretende emular obras idênticas do século XVIII, com resultado notável.
* fotografia: http://bragaon.blogspot.pt/2012/07/igreja-de-sao-vicente.html
“...artistas muito distinctos se teem consagrado ultimamente á pintura especial dos azulejos,...verdadeiros primores artísticos no género. Jorge Collaço, Teixeira Lopes (pae), Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, e outros, fazem reviver as belezas ornamentais que no passado tanto notabilizaram entre nós os azulejos”. (3)
Teixeira Lopes pintou ainda um friso cerâmico para a casa do Arquitecto Ventura Terra, em Lisboa (4)
Deverão ser-lhe atribuídos os dois painéis polícromos de grande dimensão que adornam o mostruário ao ar livre, integrados na parede em frente ao edifício principal da Fábrica das Devesas. O mesmo se poderá dizer dos dois grandes painéis que representam salas da fábrica em plena actividade, com as figuras de corpo inteiro, um em que se destaca o próprio escultor e o outro em que pontifica Almeida Costa.
* Pormenores de painéis instalados na parede a sul da entrada principal da Fábrica; fotografias do autor
* Painel instalado na parede a sul da entrada principal da Fábrica, sendo visível à esquerda Almeida Costa, fotografia do autor
24.2/ AZULEJOS LISOS
24.3/ AZULEJOS RELEVADOS
A confecção deste tipo de Azulejos terá tido início na Fábrica das Devesas, cerca de 1868 (5)
24.4/ COMPOSIÇÕES AZULEJARES
Nalgumas destas composições é bem visível a influência da “arte nova”, o que mostra que houve a preocupação, por parte da Fábrica das Devesas, de acompanhar a evolução estética de finais do século XIX/inícios do XX.
24.5/ AZULEJOS NO BRASIL
O uso de azulejos em fachadas foi comum no Brasil na segunda metade de oitocentos e inícios de novecentos, por razões de moda e de resistência aos calores e humidades característicos dos trópicos. As cidades litorais (S. Luís de Maranhão, Belém, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, entre outras) foram as que maior uso fizeram deste tipo de revestimento.
“Esta industria (azulejo), perfeitamente nacional, tem muito a esperar dos mercados do Brasil, que de 1903 a 1905 nos absorveram a parte mais importante da produção”. (6)
Muitos destes azulejos eram produzidos na Fábrica das Devesas.
Como exemplo, ressalta esta residência revestida a azulejos das Devesas no centro da cidade de João Pessoa, Paraíba:
* https://pt.wikipedia.org/wiki/Casar%C3%A3o_de_Azulejos
(1) Leão, Padre Manuel – “A Arte em Vila Nova de Gaia”, pgs. 119 a 128
(2) Artes e Letras”, Rolland & Semiond Editores, Lisboa, 1873- 2º ano, pg. 64
(3) Teixeira Judice, Antonio e Arroyo, Antonio - ”Notas sobre Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1908, vol. I, pg.169
(4) Leão, Padre Manuel – “A Arte em Vila Nova de Gaia”, pg. 129
(5) França, José-Augusto – “A Arte em Portugal no século XIX, vol. I, pg. 367
(6) Teixeira Judice, Antonio e Arroyo, Antonio - ”Notas sobre Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1908, vol.
24.6/ MOSAICOS HIDRÁULICOS
USADOS NA CASA DA QUINTA VILA RACHEL
OUTROS