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RACHEL PEREIRA DE MEIRELLES

Biografia da Fundadora da Quinta Vila Rachel

* Fotografia do topo: Bodas de ouro de Rachel Pereira de Meireles com José Joaquim Teixeira Lopes



Rachel Pereira de Meireles (01/05/1841-04/11/1912) foi, juntamente com o marido José Joaquim Teixeira Lopes, a fundadora da Quinta Vila Rachel.

Em 2 de Dezembro de 1857, José Joaquim Teixeira Lopes casou-se com a sua prima em terceiro grau Rachel, filha de António Pereira Junior e Maria da Conceição de Meireles, importantes proprietários a nível local. Foram seus avós paternos João Pereira Lopes e Maria José Rabacinho e maternos António José de Meireles e Quitéria Rosário Cardoso, todos de S. Mamede de Ribatua. A família Pereira era há gerações, essencialmente produtora de vinhos do Porto e de mesa, e também de azeite. 



O casamento de Rachel com José Joaquim foi um casamento de amor que durou cinquenta e cinco anos e em que a dedicação mútua do casal foi constante e reconhecida por toda a família e amigos. 

O pai de Rachel deu-lhe como dote uma propriedade apreciável, onde os noivos passaram a residir. José Joaquim, considerando  que, permanecendo na terra natal, além de não conseguir evoluir nas suas capacidade técnica e conhecimento teórico, também não conseguiria sustentar a família a fazer santos de madeira para o reduzido mercado regional, e Rachel venderam pouco depois a dita propriedade para custear a sua ida e instalação no Porto, onde aquele irá encetar sérios estudos de escultura e desenho, que lhe permitirão realizar o seu sonho de se tornar um escultor de mérito.

Ao tomar esta difícil decisão, os dois jovens transmontanos estavam bem longe de imaginar que iriam conseguir edificar, não somente um futuro próspero para si mesmos, mas ainda tornar possível para a arte portuguesa a existência duma família ilustre.

Rachel foi sempre quem geriu (à distância ou no local) as propriedades familiares na terra natal, através de frequente troca de correspondência com os caseiros e parentes residentes em S. Mamede de Ribatua, que a representavam no terreno. Assim, libertava o marido de tal encargo, que o poderia distrair do seu trabalho na Fábrica Cerâmica das Devesas.

Era uma mulher de grande tenacidade e rigorosa na sua gestão, o que não a impediu de ter a sua casa sempre à disposição dos conterrâneos que vinham ao Porto e de matar a fome a muitas pessoas pobres que lhe batiam à porta.

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BODAS DE OURO

Os íntimos da família Teixeira Lopes conservam a memória do ambiente de ternura no qual os dois esposos celebraram as suas bodas de ouro, em 3 de Dezembro de 1907, no meio do respeito e da veneração de todos os que os conheciam.

Para descrever os festejos nada melhor que recorrer aos escritos de dois netos do casal (José Marcel e Manuel Ventura) que os abordam: 

“Os seus filhos António e José deram uma festa, na que é hoje a Casa Museu Teixeira Lopes, para festejar as bodas de oiro de seus Pais. Esta festa, bem organizada, embora com um carácter um tanto mundano, não deixou de se revestir dum alto sentimento familiar, muitíssimo comevedor.

Realizou-se uma missa solene na Igreja de S. Cristovão de Mafamude, com a presença de toda a família e amigos.

Houve um sarau, a que assistiram numerosos artistas e figuras gradas da sociedade do Porto e de Gaia, tendo actuado o quarteto formado por Bernardo Moreira de Sá, violinista, Óscar da Silva, compositor e pianista, Carlos Dubini, violinista e Guilhermina Suggia, violoncelista de renome internacional. O grande pianista Luís Costa executou peças de Beethoven e Brahms. Fizeram-se ouvir coros ensaiados por Luís Costa.

Os discípulos de António Teixeira Lopes (José de Oliveira Ferreira, Alves de Sousa, Diogo de Macedo e Pinto do Couto) representaram a Ceia dos Cardeais e António Teixeira Lopes recitou Victor Hugo.

À ceia, servida pela Confeitaria Oliveira, fizeram-se brindes aos queridos Velhos e, nesse momento, sempre comovente, os amigos irromperam pela sala, brindando aos noivos de há cinquenta anos. Eles também se quiseram associar aos brindes e os festejados beberam pela mesma taça em vermeil com pedras, em estilo bizantino, oferta do joalheiro José Rosas. 

A Mãe, contente com aquela esfuziante felicidade que se espalhava à sua volta, não podia suster as lágrimas e abraçava os filhos, chorando, bondosa velhinha que sempre cumpriu , na terra, um tão nobre destino! O marido chorava, também, mas não de tristeza, porque só alegria havia nas suas lágrimas. Olhava, enternecido, a esposa, os filhos e os 22 netos que o rodeavam. 

O último neto, futuro escultor Manuel Ventura Teixeira Lopes, tinha sido baptizado, nesse dia, em missa de festa que se realizara na mesma igreja de Mafamude e que tivera a assistência de muitos amigos e de toda a família. Foi seu padrinho o arquitecto Ventura Terra e, na vela, pela sua madrinha Nossa Senhora da Conceição, pegou o insigne pintor Veloso Salgado.

Dia maravilhoso aquele, que deixou grata recordação a todos que assistiram a essa festa. Que noite admirável e inolvidável!

A casa estava toda ornamentada com belas orquídeas e as porcelanas resplandeciam nos móveis antigos. A assistência distinta espalhavase pelos enormes e belos salões e, por toda a casa se respirava uma atmosfera festiva de paz e alegria, que bem pode ter um só nome: 

Felicidade “

Seu filho António retratou-a em desenhos e no grupo de mármore “os Pais”.

Poucos anos depois, em 1912, ocorre o falecimento de Rachel, que está sepultada junto do marido,em S. Mamede de Ribatua.

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