Um caminho enganador
A procura de beleza estética na agricultura pode ser um caminho perigoso. Ao longo dos anos tive a possibilidade de visitar diversas Quintas e conhecer Agricultores do mundo inteiro. Nessas visitas, quando converso com as pessoas tento sempre aprender algo de novo com elas. Em muitas situações efectivamente aprendo, noutras parece-me que é mais ao contrário. No entanto há um padrão de pensamento que tenho reparado que é sempre mais ou menos permanente. Os agricultores tendem geralmente a praticar agricultura sob um molde estético, ou seja, muitas das suas decisões são definidas através de uma projecção de um qualquer ideal de beleza. Se a erva está muito alta há que cortar porque senão fica feio. Se a rama da videira está grande há que a cortar toda senão fica desorganizada e por isso fica feio. Se há material vegetativo no chão a cobrir o solo, há que o retirar do pé das árvores senão o vizinho começa a dizer que fica feio. Este conceito do “fica feio” é infelizmente a ideia mais comum no mundo rural. Há sempre esta inclinação a tratar os campos de cultivo como se fossem os Jardins de Versailles. Nada mais errado.
Sistemas biodiversos
A Agrofloresta é o sistema usado pelos Humanos desde o advento da Agricultura quando misturavam vários tipos de culturas para suprirem as suas necessidades diárias. Existe inclusivamente em todos os continentes mundiais diversos exemplos estudados de sistemas agroflorestais para enriquecer a agricultura de cada região por onde o Homem passou.
Ao revés disso, a prática da monocultura é muito recente e foi criada para intensificar o meio de produção de modo a optimizar custos através de economia de escala. A importância de fazer Agrofloresta nos dias actuais é enorme. Num Mundo que está a ser completamente assolado com práticas de monocultura intensiva levando ao desmatamento e desflorestamento descontrolado de florestas vitais para a saúde do nosso planeta, os sistemas agroflorestais aparecem como sendo a melhor solução para controlar os danos causados pela agricultura intensiva.
O grave problema ambiental da sua propagação
O tipo de agricultura com o impacto mais invasivo e destruidor é sem dúvida a monocultura intensiva. Embora seja um método que se tornou convencional, este modo de agricultura representa um problema grave para o meio ambiente. Os tempos são de mudança e cada vez mais se discute e se dá importância a assuntos relacionados com a sustentabilidade e ecologia do meio ambiente, por isso é relevante expormos o porquê deste problema causado pelas monoculturas. São diversos os malefícios apontados a este tipo de prática, os quais irão ser analisados já de seguida.